Quinta-feira, 25.11.10
(por AL reincidente e destemida) – Correndo o risco de irritar novamente o meu querido co-bloguista JPT ecoando o (
ler agora em carinhoso tom irónico)
calendário sacro-ateu da paranóia das causas justas em cada dia, venho hoje assinalar o
Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher. Embora não reze no altar das Nações Unidas, diz o seu missal que a nível mundial
uma em cada três mulheres é vítima de violência ao longo da sua vida.Os dados para Portugal são igualmente assustadores;
podem ser consultados aqui e dizem que cerca de seis mulheres por semana são vítimas de crimes contra a vida . Saliento que os dados nesta tabela referem-se a agressões físicas e não verbais; estivessem os berros, insultos, os “não prestas para nada”, etc, incluídos nas estatísticas e estas seriam ainda mais assustadoras.Para juntar insulto a injúria e correndo novamente o risco de me ver na ponta da ira do meu colega co-bloguista (
mas que desejo pelo abismo eu tenho hoje!), deixo aqui o link a um
post da Joana Vasconcelos no seu blog
É tudo gente morta.Outros links que penso interessantes se quiser ler mais sobre o assunto:
AMCV - Associação das Mulheres contra a ViolênciaAPAV - Associação Portuguesa de Apoio à VítimaBlog Borboletas nos Olhos
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Quarta-feira, 24.11.10
(por AL mistificada)Não sigo de perto a política portuguesa e tendo vivido muito tempo fora do país, cogitava hoje: esta greve é de quem, para quê e contra quem? Depois li
isto e fiquei esclarecida. E aliviada por haver outros a pensarem como eu - nem tudo estará perdido... Se a alternativa ao desgoverno que nos preside for esta esquerda enquistada que se entreteve nas últimas décadas a destruir a estrutura produtiva do país só me ocorre dizer: mais vale o poço da morte que tal sorte!Pior ainda, o discurso persiste e reproduz-se com matizes científicos e académicos:
"... considera que este discurso das centrais sindicais é "ainda mais apropriado pelo facto de o instinto de sobrevivência e o individualismo criarem junto dos jovens alguma resistência às formas de luta colectiva". Cabe ao sindicalismo encontrar "formas de os sensibilizar e mobilizar". Pois!
Já agora, a greve é um direito não é? Ou sou eu que não percebo nada disto e afinal é um dever para ser cumprido, nem que seja à força?Hoje a biblioteca onde costumo estudar, fechou; podemos portanto dizer que fui obrigada a fazer greve. Dos
três milhões que por aí se anunciam, quantos estarão na minha situação?
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Terça-feira, 23.11.10
(por AL bisbilhoteira)A ler
aqui.
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Domingo, 21.11.10
(por AL cosmopolita e, admite ela, desinspirada e algo entediada)
Bom dia!, Sanibonani, Salam, Good morning, Namaste, Grüssgott, Hi, Bonjour, Buenos dias, Tena yistelegn,
Barev, Kaixo, Servus, Namaskar, Zdrasti, Mingalarba, Sua s'dei, Oi, Olá, Hola, Hafa, Muribwanji, Lei ho, Mambo, Tansi, Kia orana, Shalom, Bok, Tere päevast, Salaam Alekum, Moi, Bula uro, Salut, Goendei, Dia duit, Gamardjoba, Guten Tag, καλημέρα, Ina kwaana?, Aloha, Nde-ewo, Selamat pagi, Yow Wah gwaan, Dev baro dis div, Choni, Sabaidee, Salve, Labdien, Mbote, Coi, Namaskkarum, Merhba, Kia ora, Iakwe, Niltze, Ya’at’eeh, Fakalofa, Asham, Sat sri aka, Ram Ram sa, Privet!, Howzitgaun, Zdravo, Marot, Jambo?, Kumusta po kayo?, Ia orana, Li-ho, Vanakkam, Bondia, Moyo, Merhaba selam, Pryvit, Adaab, Shwnae, E karo, Sawobona ...As palavras são muitas; a intenção a mesma. Celebra-se hoje o
Dia Mundial da Saudação.(
este post é uma co-produção)
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Quarta-feira, 17.11.10
(por AL pluviosa)Do amor pelas rotundas (ou quando não as há inventam-se)
[caption id="attachment_15847" align="aligncenter" width="649" caption="Overdose"]
[/caption]
Da dignificação do património histórico (ou desculpe, como foi que disse?)
[caption id="attachment_15848" align="aligncenter" width="1076" caption="Anúncio bem intencionado (e colocado)"]
[/caption]
Do outro lado da dignificação (ou de boas intenções está o país cheio)
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Domingo, 14.11.10
(por AL de mau humor; sim, também sofro disto!)[caption id="attachment_15730" align="aligncenter" width="400" caption="Foto em
http://www.cgc.maricopa.edu/student-affairs/multiculturalism/Pages/default.aspx"]
[/caption]Chegou-me hoje ao conhecimento através do Facebook um
blog que fui espreitar. Depois de ler o
post que lá me levou já não me apeteceu ler mais e perdi-me em reflexões sobre esta coisa do multiculturalismo. Pensei: a minha cultura, não faz ela parte do multiculturalismo? Não merece ela igual defesa que a cultura dos outros? Faz parte da minha cultura ser tolerante e solidária, mas quer isso dizer que tenho também que dar tiros nos pés? Se respeito a cultura dos outros, estarei errada quando reclamo igual respeito para a minha? Apreciar esse respeito, e exigi-lo até, faz de mim uma fascista xenófoba e racista (perdoem o pleonasmo)?Não me interpretem mal: eu sou a favor da emigração e da mistura de povos e culturas (mesmo das diferentes “culturas” que habitam dentro da minha); gosto de ouvir os diferentes sotaques de português; gosto de provar novas comidas, conhecer músicas diferentes, saber de outras tradições e costumes. É todo um mundo de possibilidades e vivências que se abre perante mim. Enriquecem-me estes contactos. Mas o respeito para mim é uma via de dois sentidos ou então deixa de ser respeito e passa a ser uma arrogância transvestida de respeito, a qual eu não esposo; o respeito para mim pressupõe igualdade e não desequilíbrio de patamares. Bater na tecla da euro-culpa/euro-justificação (ou da americano-culpa/americano-justificação) perante os males do mundo parece-me falacioso e assentar no síndrome paternalista do bon seigneur. O que se me afigura exactamente como a negação do multiculturalismo.Não seria mais produtivo cultivar a tolerância e a solidariedade
dentro da minha própria cultura, em vez de me arvorar em arauto defensor da cultura dos outros? Como posso pretender defender o multiculturalismo e escrever "
É que eu dos Alemães espero tudo"*? Um amor que já foi meu dir-me-ia é o Zeitgeist querida. Ao que eu responderia: nanja eu!* comentário escrito pelo dono do blog, em resposta a outros comentários
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Domingo, 14.11.10
(por AL sempre igual a si mesma)Um dos meus fortes será talvez a memória que tenho das minhas vidas, mas em detalhes deixo muito a desejar. Quer dizer, nalguns detalhes. Cores, sabores, cheiros, sentimentos, repastos, momentos, pessoas (algumas) ficam facilmente retidos; datas, nomes, rostos tendem a esvanecer-se mais ou menos rapidamente. Lembro-me de histórias de vida sem me lembrar dos nomes de quem as viveu; recordo momentos tendo uma vaga ideia do local; retenho rostos sem nomes e nomes sem rosto. A minha memória parece um mundo de matizes alzheimerianos.Momentos embaraçosos têm sido vários ao longo da minha vida, particularmente com figuras públicas. Aqui há dois anos (não garanto o rigor do tempo) estava eu numa festa em Moçambique, muito animada num círculo de amigos em amena cavaqueira. Intrigava-me um rosto; familiar, muito familiar mesmo, mas cujo conhecimento não conseguia localizar. Acabamos por ficar os dois – eu e o familiar desconhecido – retidos num diálogo interessante. Conversa puxa conversa e eu às tantas não me contive. Falámos de cidades que ambos tínhamos visitado e concluímos que tínhamos estado os dois há relativamente pouco tempo em Nova Iorque. Pensei, é daí que o conheço de certeza. Convencida de que tinha estado com ele nalguma conferência ou seminário, pergunto-lhe frontalmente: Oh Nuno, o Nuno conhece-me não é? Conhece-me de onde? Esteve nalguma das minhas conferências, foi?, pergunto eu segura de ter finalmente localizado a familiaridade do rosto e da voz. Ao que o Nuno responde com um sorriso divertido e perante o riso já indisfarçado dos circundantes: Acho que não Ana, é mesmo a primeira vez que a vejo. Eu é que até há pouco tempo fui Ministro de.... e é portanto compreensível que a minha cara lhe seja familiar.Momentos destes tenho mais, muitos mais. Vem isto a propósito de quê? É que faz hoje um ano (e uma semana!) que me estreei no maschamba. Sabia a minha memória que tinha sido Novembro mas desconseguiu de reter o dia. Foi um ano cheio: trouxe-me um neto e uma neta; uma viagem à Índia; um amor inesquecível (e outros que não quero recordar); bolinei para sul na costa portuguesa; atravessei o estreito de Gibraltar durante uma tempestade; fiz amizades novas e estreei desafios. Foram 101 posts de vida.
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Sexta-feira, 05.11.10
(por AL em homenagem a um homem bom) –
Chamemos-lhe Padre Zé. Foi padre de circunstância e não de vocação. Não que não fosse um bom cristão e católico praticante; era-o concerteza. Não tivesse ele sido padre, teria à mesma cumprido as suas obrigações de homem de fé. Que era. Não o quis assim o destino: fê-lo nascer pobre amadrinhado pela beata da vila. Rica, cedo reconheceu no menino a inteligência e a curiosidade. Fadou-o ao seminário onde acabou por se licenciar em padre.Dali seguiu para uma das então províncias ultramarinas; fundou missão; abriu escola; organizou hospital. Dizia missa diária na cubata apelidada de capela. Homem de fé e devoção mas novo e pouco dado a castidades, cedo se amancebou com moça local com quem vivia maritalmente e a quem abençoou com nove filhos. Eram felizes. Todos. Adorado pelas gentes que a ele de longe acorriam, acérrimo defensor dos direitos dos “indígenas”. Obstinado contra o sistema do xibalo e xamboco.Alertado por colonas menos tolerantes chamou-o o Bispo à capital da província. Não pode ser assim Padre Zé, escandaliza a população. Seja discreto, apadrinhe as crianças; não precisa de as perfilhar; arrede essa mulher para as franjas da aldeia. Padre Zé, ouviu, meditou. Irmão Bispo, é verdade que vivo amancebado com a mesma mulher há já muitos anos e é verdade que dela tenho nove filhos. Sou um mau padre, é verdade, assim quis o Senhor que me contrariou a castidade; não queira agora o Irmão fazer de mim também um mau pai. E com esta se retirou.Assistiu à independência, sobreviveu duas guerras. Morreu há uns anos, rodeado pela mulher a quem sempre foi fiel e pelos nove filhos agora reproduzidos em netos inúmeros. Morreu feliz e em paz na sua missão.Amén!
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Quarta-feira, 03.11.10
(por AL sem exibição) – Carlos Alberto Xirinda é o Actor/Encenador deste monólogo “90% mímico com músicas de: Celso Palco, Vanessa Mae, Ghorwane, Mbira Dzanharira e Sharil Puntumago e poesia de: Adelino Temóteo”.A
sinapse diz:
O Cossa não consegue desenvolver porque os espíritos querem trabalhar com ele ao que ele se recusa.E como castigo ele se torna agressivo. A mulher é vítima de espancamentos e sexo violento sempre que ele bebe.Depois de assumir os espíritos como seus aliados os caminhos se abrem de uma forma bem sucedida mas devido a bebida e mulheres....Promete ser interessante. Assim estivesse eu em Maputo ...
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