Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

maschamba



Sábado, 29.01.11

Filhas e enteadas ou reflexões simplistas na manhã de sábado

Leio esta notícia e fico desinquieta, incomodada. Duas coisas me vêm a mente: uma, a quasi-histeria de há uns meses atrás pela libertação de uma iraniana – Sakineh – condenada à morte por adultério; a outra é Shirin Neshat.As causas de grandes indignações públicas fazem-me confusão pela desinformação que geralmente as pauta e pela manipulação mediática dessa mesma desinformação. Confunde-se a Palestina com o indefensável Hamas, defende-se o PKK curdo e esquecem-se as suas vítimas, apoiam-se os Pol Pots encapotados da actualidade. Sob o tema Irão temos Khomeini, o herói anti-Xá com poiso assente em França e tão laudeado pela intelligentsia da época. E onde estão eles hoje? O Hamas e o PKK continuam a tiranizar aqueles que dizem representar; Pol Pot revelou-se genocida incomentado; Khomeini morto e enterrado, mas bem vivo no legado que deixou, incluindo um sistema jurídico que condena mulheres à morte por apedrejamento; a intelligentsia provavelmente organizada em associações de apoio a (novas) causas-justas e a assinar petições contra este mesmo sistema jurídico, criado pelo herói de então.Não sou insensível e certamente que me condoo e revolto com a situação da putativa adúltera (de Sakineh e sabe-se lá de quantas mais), tal como me dói e me revolta a execução de Zarah, seja lá porque razão for. São as duas vítimas de um regime odioso e do nosso comodismo (relativismo?). Com Sakineh embandeirada em causa-justa, lucrámos todos: as ONGs  promoveram a sua causa e puderam mostrar trabalho feito; os jornais e televisões mediatizaram a questão ad nauseum; políticos farçolas  vieram a público apoiar a causa em troca de simpatias eleitorais e, finalmente, nós todos, com um clicar no botão “share” do Facebook ou com uma assinatura electrónica numa corrente de email aquietamo-nos na ilusão de um mundo melhor. Ela, Sakineh, continua a apodrecer numa qualquer prisão ainda à espera da sentença adiada e não revogada. Da segunda só soubemos da sua morte, vá-se lá saber porquê.Por uma qualquer razão lembrei-me também de Shirin Neshat, talvez por ser mulher, talvez por ser iraniana, talvez por poder fazer o que faz porque vive fora do país que a viu nascer. Não sei que tortuosos caminhos mentais me levaram a ela, ou despertaram a ambiguidade de sentimentos que ela me desperta, mas isto mais não são que reflexões matinais feitas do alto do meu privilégio perante uma notícia que me entristeceu.AL

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 15:52

Sábado, 29.01.11

Ah, la Francophonie!

[caption id="attachment_25806" align="alignleft" width="753" caption="Ministre de quoi?"][/caption]

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 01:38

Sexta-feira, 28.01.11

Desabafos

Fui hoje de manhã acordada por uma chamada de um senhor (muito simpático) do meu banco a informar-me que a minha conta “apresenta um saldo devedor de” .... entrem aqui os tambores a rufar ... de ... e agora pasmem! ... 5,20 euros! Sim, leram bem: cinco euros e vinte cêntimos. Ainda meia a dormir nem reacção adequada tive e só depois de desligar é que me interroguei de onde viria a dívida.

Tenho uma conta normal com um simples cartão multibanco, não requeri credito pessoal e não tenho cartão de crédito. Isto é, só posso movimentar dinheiro que esteja efectivamente na conta. Fui consultar o site e verifico então que os 5,20 euros se referem a “taxas e comissões”, isto é, a despesas de manutenção da conta e que revertem a favor do banco. Foi o banco portanto que me debitou a conta e que está a cobrar-me juros sobre o saldo devedor de 5,20 euros, que eu nem autorizei.

Lamento estar a dever tão pouco. Porque penso que estivesse eu a dever, sei lá, um milhão por exemplo, certamente não me acordariam com um telefonema. Talvez me convidassem para almoçar para durante o almoço rever taxas de juro e possíveis faseamentos da dívida. Ou, se devesse ainda mais, talvez nem me incomodassem tout court e convencessem uma outra instituição bancária a comprar-me, quem sabe?, umas putativas acções sobrevalorizadas, cujo preço de venda cobrisse a dívida e talvez ainda sobrasse algum para mim. E no meio disto, talvez uma clausulasinha que me permitisse readquirir as ditas acções daqui a uns anitos, não ao preço sobrevalorizado desta venda, nada disso!, mas sim ao preço de mercado que na altura tiverem e que, mesmo assim, se prevê que seja menor que o valor pela qual foram vendidas agora.

Alguém me sabe explicar como é que se contraem dívidas enormes junto da banca? É que dava-me cá um jeitão ...

PS: qualquer associação do que acima se escreve com pessoas ou factos reais não passa de pura coincidência

AL

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 15:46

Quarta-feira, 26.01.11

Um post emocional

Foi a Joana do Entre as brumas da memória que me deu a conhecer este projecto. Pensei em escrever um post mas, desfolhando rosto sobre rosto e lendo história atrás de história, todas elas semelhantes e única cada uma delas, foram-se-me as palavras de vãs que são e ficou-me a comoção de sentida que é.AL

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 13:07

Sábado, 22.01.11

O ritmo dos dias

Aqui há dias youtubava eu pela noite fora num manifesto acto de procrastinação quando dou com este vídeo, já postado noutros sites e que agora aqui deixo. Gosto da forma como este vídeo associa o ritmo às actividades do quotidiano; ecos de tarefas diárias longas, duras e fisicamente exigentes. Ritmadas no esforço da conclusão. Gosto da forma como nos mostra que mais “do que no sangue” se encontra o ritmo "africano" no suor da vida. Gosto da forma orgânica com que ilustra a arte deste povo. “Tout est du rythme”.“A nossa cultura vai perdurar; não se vai perder”, diz-se no fim. Acredito que sim, ainda que não em ilusões de carácter estático. Tenho para mim que nem as culturas são estáticas, nem as comunidades africanas (como esta aqui retratada) ou outras, devem ser museus vivos para deleite de turistas e documentaristas. A estes ritmos outros se adicionarão certamente quando o milho deixar de ser pilado e a farinha puder ser adquirida ao balcão de uma qualquer banca. Ou quando o tlim-tlim dos ferreiros for substituído pelo bru-á-á de uma qualquer maquinaria. Mudam-se os ritmos, mudam-se as vontades.Com toda a certeza haverá quem lamente. Eu, montada aqui no meu confortável sofá etnocêntrico, não tenho assim tanta certeza de me juntar ao coro.AL

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 02:29

Sexta-feira, 21.01.11

Nota introdutória, explicativa e de agradecimento

Quando o WikiLeaks levou ao encerramento da cooperativa foram duas as portas que imediata e simpaticamente se me abriram. Uma Mestra da blogosfera, aqui inominada porque não sei se gostaria de ver o seu nome aqui mencionado mas ela sabem quem é se por acaso ler isto,  convidou-me simpaticamente para jardinar nos canteiros dela e o ABM logo me convidou para nadar nas águas da sua Delagoa Bay. A uma e outro agradeci e disse que ia pensar. Entre natividades e academias fui protelando decisões, jardinagens e natações, iniciei um diário e feicebuquei. Pendentes iam ficando hesitações e uma ou outra reflexão. Ontem levei um encontrão do JPT: “Anda cá!” disse-me ele que nem Mike à Melga. Habituada que estou aos “safanões” dele reagi que nem cão de Pavlov – fui. E aqui estou novamente como irregular escritora menor residente do Vakani-Vakani. Por amizade, por hábito, por inércia e para gáudio meu.AL

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 16:14


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Pesquisar no Blog  

calendário

Janeiro 2011

D S T Q Q S S
1
2345678
9101112131415
16171819202122
23242526272829
3031