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maschamba



Sábado, 28.05.11

Mulher, republicana, portuguesa

Pediu-me a minha amiga AAL que fizesse eu hoje um post aqui no ma-schamba para celebrar Carolina Beatriz Ângelo, portuguesa e republicana que neste dia em 1911 exerceu o seu direito de cidadã, a primeira Mulher a votar em Portugal e na Europa (excepto Finlândia e Noruega). Sendo médica, foi também a primeira médica a operar no Hospital S. José em Lisboa. Grande feminista desconhecida. Ouçamo-la em discurso directo, transcrita de uma entrevista do jornal “A Capital”, sobre esse dia histórico do primeiro voto feminino (e feminista) em Portugal:
“Eu e um grupo de dez senhoras, pertencentes à Associação de Propaganda Feminista, dirigimo-nos para o Clube da Estefânia pelas 10 horas da manhã, onde entrámos sem incidente digno de nota, sendo respeitosamente acolhidas e muito cumprimentadas por todos os que ocupavam o enorme salão. No final da primeira chamada o presidente da assembleia, Sr. Constâncio de Oliveira, consultou a mesa sobre se deveria ou não aceitar o meu voto, consulta na verdade extravagante, porquanto, estando recenseada em virtude duma sentença judicial, a mesma não tinha competência para se intrometer no assunto, visto que a lei eleitoral diz no seu artigo 64o: ‘Nenhum cidadão, recenseado e reconhecido como o próprio, poderá ser inibido de votar excepto se aparecer em manifesto estado de embriaguez, etc.’ Foi contra esta descabida consulta à mesa que se levantaram várias vozes de protesto, entre as quais muito intensamente sobressaiu a de um, cavalheiro que não conhecíamos e que, depois de insistirmos para que nos dissesse o nome, soubemos chamar-se Joaquim Beja. Todas as sufragistas lhe agradeceram a sua atitude perante a justiça da nossa causa. A mesa compreendeu, enfim, o seu dever e na respectiva altura fui chamada. Nessa ocasião o presidente dirigiu-me palavras de elogio e deferência, individualmente imerecidas, manifestando-se a assembleia estrondosamente com palmas e vivas, ao que eu respondi agradecendo e prometendo participar às sufragistas de todo o mundo civilizado, que ultimamente tanto me têm felicitado, que os mais inteligentes homens portugueses estão connosco compartilhando do mesmo ideal.”
Quem era esta mulher, aparentemente arredada dos compêndios de história e quase desconhecida dos portugueses?
Carolina Beatriz Ângelo nasceu na Guarda em 1877, onde, frequentou os estudos primários e secundários.Na cidade de Lisboa frequentou a Escola Médico-Cirúrgica, tendo concluído com bastante êxito o curso de medicina. Tornou-se a primeira médica cirurgiã portuguesa a operar no hospital de São José, onde conheceu Januário Barreto e se casa no próprio ano da formatura. Em 1902, desse matrimónio resulta uma filha, mas aos 21 anos fica viúva.Carolina Beatriz Ângelo revelou-se uma das figuras mais carismáticas do feminismo e do republicanismo da primeira década do século XX. Em, 1911, Carolina Beatriz ao ler a lei prevista na Constituição de 1911 verificou que esta ao decretar quem tinha direito ao voto, não especificou o sexo e a perspicácia desta médica, levou-a a lutar pelo seu direito ao voto já que era uma cidadã portuguesa. Esta lei, ao definir quem seriam os cidadãos que poderiam votar, não distinguiu o sexo, dizendo apenas que quem poderia eleger o governo seriam os cidadãos portugueses. Carolina Beatriz apresentou um recurso em tribunal a fim de poder votar.A 28 de Maio de 1911 torna-se a primeira mulher portuguesa a exercer o direito de voto e a legislação é imediatamente alterada, especificando que apenas os cidadãos portugueses masculinos poderiam votar.As mulheres portuguesas tiveram de esperar por Salazar para poderem [votar novamente], no ano de 1931, Salazar determinava que, as mulheres, para votarem tinham de ter cursos secundários ou superiores, enquanto que aos homens bastava apenas saber ler e escrever.Em suma, Carolina Beatriz Ângelo abriu uma “janela”ao ter sido a primeira mulher a votar em Portugal, após a Primeira República e mostrou que a mulher também pode e deve participar em todas as decisões importantes da sociedade que integra.Carolina Beatriz Ângelo quis e desejou que a mulher pudesse ser avaliada pela inteligência, razão e não somente como fada do lar, isto é, dona de casa e mãe. Carolina Beatriz Ângelo idealista do movimento feminista fez parte de uma Associação de Propaganda Feminista que defendia a igualdade de oportunidades da mulher na política, e na vida social tal como os homens.
Igualmente grande feminista e grande mulher a minha amiga AAL que, tivesse ela sido nada naquela  época, estaria certamente em 1911 ao lado (senão mesmo à frente) de Carolina.ALEm jeito de nota final não resisto a chamar a atenção dos leitores maschambianos para a delícia de candura do segundo texto aqui citado. No respectivo link encontra-se também bibliografia disponível na internet sobre esta mulher notável.

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por AL às 23:06

Sábado, 21.05.11

Memória agridoce e recorrente quando oiço falar das eleições que se avizinham*

A zona para onde íamos era remota, mesmo naquele país quase inominado. No carro, Jim, o motorista a meu lado. Lá atrás as tendas (duas como manda o recato) e um tubo de rações militares graciosamente cedido pelo exército de um país que ali assegurava a “manutenção da paz”. Colado de fora do tubo um impresso, em inglês, com o conteúdo do mesmo. Leio em voz alta antecipando o repasto que nos iria agraciar a chegada. Poucos artigos familiares e muitas latas de nome exótico, que ambos desconhecíamos e sobre cujo sabor especulávamos. No meio de tanto exotismo e entre a familiaridade do café instantâneo, do leite em pó, das barras de cereais, das bolachas, chá e açúcar, destacava-se – M&Ms. Excuse me? M&Ms? Brilham-nos os olhos de alegria – são melhores que as Smarties, não são? – e começa a brincadeira da disputa: terão os azuis? Os encarnados são para mim! Nada, vamos dividir isso bem! Não querias mais nada? Dois terços para mim e se não cairmos nos próximos dez buracos um terço fica para ti. Ai não senhora! Se nos cruzarmos com uma viatura militar são todos para mim; se for civil são todos para ti. E se for uma coluna? Aí jogamos ao papel, pedra, tesoura. Nã, nã, nã, que eu perco sempre nesse jogo. E por entre larachas, disputas e recordações de infância, fomos entretendo a monotonia da estrada. Mas sempre, sempre antecipando os M&Ms que nos aguardavam, tão lindos, tão redondos, tão saborosos, tão coloridos, tão doces, tão bem guardados no tubo da ração militar.Esquecidos estavam o desconforto em que iríamos passar as próximas semanas, o calor, os mosquitos e até, oh benção das bençãos!, as latrinas! Afinal tínhamos M&Ms!, um luxo inigualável no mundo de enlatados em que iríamos viver.Chegamos ao destino, falamos com os chefes da comunidade, montamos as tendas devidamente distanciadas, juntamos uns galhos, fazemos um fogo e vasculhamos no tubo o seu conteúdo. Primeiro sinal de alerta: Jim, tiraste os M&Ms? És sempre a mesma, diz-me ele, vá diz lá onde os escondeste. Não!, a sério! Não os encontro! O Jim começa a suar. Tens a certeza? Vê lá bem, afinal não é uma embalagem muito grande… Despejamos tudo. Eu com a lista e ele repovoando o tubo artigo a artigo: queijo? sim; puré de batata instantâneo? sim; leite condensado? sim! No fim dos sins um único não – o dos M&Ms! Olhamos desolados um para o outro: tiraram-nos os M&Ms! diz o Jim com voz alterada; Tiraram-nos os M&Ms, sussurro eu desolada… Invadidos por um profundo sentimento de traição, sentamo-nos e comemos desconsolados e em silêncio a porcaria das rações.Nesse dia aprendemos a lição do valor das pequenas coisas no adoçar da vida. Hoje, entre eleições e debates não encontro chocolate que não me deixe a boca amarga ...* versão actualizada de um post de Setembro de 2010 no antigo ma-schambaAL

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por AL às 02:49

Quinta-feira, 19.05.11

A mundos de distância (re-audição com adenda)

 Encontrei ontem no YouTube este pequeno vídeo que me deslumbrou e que aqui partilho. Acho maravilhosas as portas de aproximação que a tecnologia nos abre. Mas não pude deixar de pensar que vivemos em mundos de distância e em como a sorte nos dita a fortuna. Vi o vídeo e comovi-me com uma memória partilhada na outra encarnação do maschamba e que aqui deixo novamente.Vamos chamar-lhe Ana porque na realidade pode ter um nome qualquer. É surda-muda e nada sabe contar sobre si mesma. Teve sorte a Ana, vive num orfanato de meninas que se pauta pela dedicação de quem lá trabalha. Quem lhe preencheu a ficha de inscrição, foi quem a baptizou. Aqui baptizo-a eu com o meu nome. Tinha onze anos quando a polícia a encontrou a vaguear sozinha pelas ruas. Não tinha papéis consigo; fizeram-se apelos na rádio e na televisão. Ninguém se apresentou a reclamá-la.Tem um rosto alegre, olhos vivos e inteligentes, é uma criança feliz. Brinca com as outras e desenvolveu a sua linguagem gestual muito própria, que lhe permite alguma comunicação funcional; entendem-se nas coisas do quotidiano, mas faltam-lhe os gestos para emoções. Vai com as amigas à escola, para que não se sinta ainda mais diferente. Não escreve, desenha palavras, pois desconhece o conceito da palavra que copiou do gesto das amigas. O país dela é pobre e não tem escolas de ensino especial. Com o consolidar das novas vivências vai-se perdendo a sua identidade. Porque a Ana não consegue comunicar como foi a sua vida até ser apanhada pela polícia; nasceu aos 11 anos de idade e nunca vai conhecer a poesia do som.AL (para a Maria R)

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por AL às 01:50

Terça-feira, 17.05.11

Hoje percebi ...

... que cada dia que passa estou mais parecida com o pai da Liberdade (se clicar na foto ela aumenta). 

AL (via CG)

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por AL às 03:52

Terça-feira, 17.05.11

Lógica de criança nada infantil (re-edição)

Já aqui falei dela num post mais abaixo. Tinha cinco anos a Matilde, quando soube que ia ter outra prima. Estava fascinada com a gravidez da tia e ansiosa com o nascimento da prima anunciada e ainda inominada. As perguntas eram em catadupa: ela ouve-me quando eu falo?; ela sente quando eu faço festinhas na barriga?; ela sente quando eu lhe dou um beijinho?; como é que ela come? Sim, sim, sim ia dizendo a tia, enquanto explicava à Matilde o elaborado processo de alimentação fetal via placenta. Então ela come tudo o que tu comes?, brilha-lhe o rosto com a revelação e as novas oportunidades que se lhe apresentam. Entretanto vai chegando mais parentela distribuindo doces pela pequenada. A Matilde passa 3 gomas à tia num gesto de partilha: toma, são para ela! Contente, começa a afastar-se para se juntar à criançada que já brinca na sala ao lado. Hesita, volta-se para trás e diz: se calhar podias engolir uma brincadeira para ela não se aborrecer tanto! E corre a juntar-se aos outros primos, já nascidos e todos com nome.AL

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por AL às 03:44

Segunda-feira, 16.05.11

Ainda sobre videos e países …

… encontrei esta pérola no YouTube.AL

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por AL às 00:58

Sexta-feira, 13.05.11

Lamento do meu País

 
Photo by Robert and Shana Parkeharrison
 
Tão velho estou como árvore no inverno,vulcão sufocado, pássaro sonolento.Tão velho estou, de pálpebras baixas,acostumado apenas ao som das músicas,à forma das letras.Fere-me a luz das lâmpadas, o grito frenéticodos provisórios dias do mundo:Mas há um sol eterno, eterno e brandoe uma voz que não me canso, muito longe, de ouvir.Desculpai-me esta face, que se fez resignada:já não é a minha, mas a do tempo,com seus muitos episódios.Desculpai-me não ser bem eu:mas um fantasma de tudo.Recebereis em mim muitos mil anos, é certo,com suas sombras, porém, suas intermináveis sombras.Desculpai-me viver ainda:que os destroços, mesmo os da maior glória,são na verdade só destroços, destroços.
Cecília Meireles, A Velhice Pede Desculpas in 'Poemas (1958)AL 

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por AL às 01:29

Terça-feira, 10.05.11

Com políticos assim …

… não admira que o país esteja como está. A menos de um mês de eleições não há ninguém no PSD que mande calar este senhor? Estou com tal fúria que só o Capitão me pode ajudar. Querem ver?
Minhoca miserável, marinheiro de água doce, bezouro negro, parasita, caranguejo perneta, troglodita, iconoclasta, verme miserável, bandido, cara de pato, fariseu filho de uma anã, pepino do mar, bucaneiro, pirata imundo, fariseu, imbecil, Neandertal, traidor, rato de porão, coruja mal empalhada, babuíno, herege, sacripanta
Ufff! Já me sinto melhor...Obrigada Mr SteedAL

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por AL às 16:28

Terça-feira, 10.05.11

Ainda a crise, o valor do dinheiro ou um acto de fé (re-edição)

 Aqui há bastos anos, estava eu de passagem por Genebra quando me vem parar às mãos uma revista, cujo nome já esqueci, mas que tinha um artigo que me prendeu a atenção. Falava de um pintor norte-americano que pintava dinheiro; pintava notas de dólar com as quais transaccionava bens e serviços. Tudo teria começado por um serendipismo, quando uma empregada de café propôs ao nosso artista trocar o café e o donut que ele acabara de consumir pela nota de 1 dólar que ele tinha acabado de pintar no guardanapo de papel. O total da conta eram 90 cêntimos e o nosso artista, James Stephen George Boggs de sua graça, recebeu ainda 10 cêntimos de troco. Foi este o primeiro dia do resto da sua vida. Passou a pintar notas de dólar, francos, marcos, pesetas… Ou seja, passou a “imprimir” a sua própria moeda com a qual tem pago bens e serviços, numa completa subversão do establishment monetário. As suas notas não eram vendidas (por si) a coleccionadores mas tão somente transaccionadas e Boggs encorajava as pessoas a fazerem-nas circular, pagando com elas outros bens ou serviços adquiridos a terceiros. Depois indicava aos coleccionadores onde eles poderiam ir adquirir as suas notas; assim as inflaccionava. Para Boggs isto mais não era que uma performance artística.Tentativas de o processar por falsificação têm sido inúmeras mas vãs, uma vez que não havia pretensão de falsificar moeda internacionalmente reconhecida e ambas as partes envolvidas na transacção estavam cientes do que se estava a trocar: uma pintura de dinheiro pelo bem consumido ou serviço prestado. Apesar disto Boggs viu toda a sua arte e bens serem penhorados pela United States Secret Service Counterfeiting Division em 1990 e tem-se debatido desde então para que esta o processe, ou lhe devolva os bens.Diz Boggs que uma nota mais não é que uma pintura num pedaço de papel e que o seu valor não passa de um acto de fé: acreditamos que a nota realmente vale o que diz valer. Como a recente crise financeiro veio demonstrar, Boggs não está provavelmente longe da verdade. Resta-me dizer que a grande notoriedade de Boggs se iniciou, oh ironia das ironias!, na Suíça! Hoje tem obras suas no British Museum, no Art Institute of Chicago, no Museum of Modern Art e no Smithsonian Institution. Confesso-me rendida a esta forma de radicalismo social, como lhe chamam. Porque me lembra de uma forma divertida que o dinheiro, esse vil metal (ou papel moeda neste caso), não passa também ele de uma mera abstracção. A crise infelizmente, essa é bem real...Mais sobre Boggs aqui, aqui, aqui, aqui, ou num google perto de si.AL

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por AL às 15:11

Domingo, 08.05.11

O que os portugueses deveriam saber sobre os finlandeses ou sobre os riscos do populismo

Num post publicado por mim no maschamba há dois dias surgiu uma leitora finlandesa a comentar. Dando-nos uma perspectiva “de dentro” da Finlândia, passo a palavra a Inkeri Auraama:
Nao vi o tal video mas queria comentar para esclarecer a visao des finlandeses sobre Portugal embora noto que alguns assuntos repetem o que déjà foi dito.Sou finlandesa expatriada, conheco Portugal um pouco como passei la alguns meses e falo portugues. Perdoe-me mas em frente de ilustres leitores prefero expressa-me em ingles.First, it would be better not to confuse the views of ONE PARTY in Finland (Perussuomalaiset PS, which has been translated as True Finns though I would translate their name as nationalist Finns or fundamental Finns) with those of the FINNISH POPULATION in general or the Finnish government. This populist party gained more power and popularity only very recently, in the parliamentary elections in April 2011, they are not the biggest party but there are others with similar support ratings. They (PS) could be seen as a protest vote to many inaction or dissatisfactory action of the previous government; be viewed as having conservative values (EU sceptic, against immigration). Actually, many of their members are less educated and some xenophobics are bordering pure racism.As much as their popularity rose, there is also a strong opposition and dislike towards them, including like me.Second, as much as there are Finnish people against the bailout to Portugal there are also people supporting it, me including.Third, for us Finns, it is not a question of merely Portugal (after Greece and Ireland). Portugal here epitomizes potentially Italy and Spain, ie all Mediterranean countries which are feared to be the next, bailing out as a continuum. Thus, they (PS) are worried that it will be a never-ending process.However, there are issues which should be understood.Finland has a small economy, a very limited job market and it is very vulnerable for global trends. It is not many years ago, the financial situation there was dire. Finland is a relatively recent member in the EU. By nature, we like to abide laws. In the EU, we have been diligent and applied and adopted all EU rules and regulations (often to our own loss) while we have seen others acting completely unscrupulously without any control. In particular, the Mediterranean countries have been seen as careless money spenders, with a tendency to show-off and luxury.As Greece, Portugal also has a glorious past indeed, that nobody can deny but where is its glorious present? Functional illiteracy is high, state school system sucks, judicial system is completely unreliable (who wishes to open a court case to get some justice?) and ordinary people have difficulties in surviving with their ordinary salaries.However the Forbes list of the world’s richest people illustrates many Portuguese individuals. How did they end there while others are languishing in poverty? As written above, where are Portuguese innovations? Where is Portuguese information society? How has Portugal taken advantage of its glorious past?In contrast, Finland is not a significant country in the world, we did not have any colonies to extract resources, on the contrary we were colonized for centuries by our neighbours who denied us government jobs, the use of our own language, who stole parts of our country etc. Our climate is harsh (note AL, it is tough:)) which makes it difficult to produce food. We live modestly and rose from absolute poverty only due to our hard work and widespread and high quality public education (a propos, which is by law free up to the university level to anybody even today). In the past, we have been snubbed by various leaders of these EU countries who curiously are now in need of financial backup.So all the odds were against us. And it is these contrasts which induce the supporters of PS to act against the bailout to Portugal. I see their reasoning, share some views with them but I drew a completely different conclusion regarding the bailout.In my opinion, it is time to open the can of worms and the Portuguese to admit that Portugal does not have the leadership it requires. Portugal needs new political leaders and new type of leaders, more integrity and sincere interest for the development of the entire country to bring back its glory.In conclusion, I don’t see this as a match between Finland and Portugal, for us Finns it is a question of principle, how the decisions and rules in the EU are abode or non abode (which lead to the bailout Greece, Ireland and in the future Portugal, possibly Spain and Italy). But for Portugal, I think there is an urgent need for fresh air in Portuguese politics. You deserve it.
AL

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por AL às 22:03

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