Não gostam lá assim muito do vosso país vocês, pois não?, pergunta-me com ar intrigado. (eu: ????) É que há coisas tão lindas ... mas depois vamos a ver e as coisas parecem assim como que abandonadas e as que não parecem abandonadas parecem mal-amadas. São mais bonitas vistas de longe.



















AL
... faria hoje 122 anos.
Drama is life with the dull bits cut out.
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... faria hoje 122 anos. <blockquote>Drama is life with the dull bits cut out.</blockquote> <a href="<object width=" 640"="640"" height="390" rel="noopener"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/LY-lJXCkw_U?version=3&hl=en_GB&rel=0"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/LY-lJXCkw_U?version=3&hl=en_GB&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" width="640" height="390" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true"></embed>"></a><a href="<object width=" 480"="480"" height="390" rel="noopener"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/-Xs111uH9ss?version=3&hl=en_GB&rel=0"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/-Xs111uH9ss?version=3&hl=en_GB&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" width="480" height="390" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true"></embed>"></a><a href="<object width=" 480"="480"" height="390" rel="noopener"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/uG43hjICE2U?version=3&hl=en_GB&rel=0"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/uG43hjICE2U?version=3&hl=en_GB&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" width="480" height="390" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true"></embed>"></a>AL
Na Índia são as estradas tão vivas quanto os mercados – abundam rickshaws com taxímetro, sem taxímetro, com buzina de corneta, com colunas de alumínio, com flores, dobrando como transporte escolar, mas sempre, sempre agradáveis e arejados, permitindo cheiros, cores e sons, que entram desimpedidos; camiões pintados num requinte de enfeite; automóveis de que já só temos recordações; motas que só conhecemos de filmes. Nem falta o ocasional elefante trabalhador! Flui a mesma diversidade nos canais que em Kerala se desdobram em estradas e caminhos. Num constante pra-cá-e-pra-lá de pessoas e bens.












































AL (com Zé João e Micas)
Ainda não tinha posto os dois pés no chão e já me anunciava:
Quero ir a uma tourada. Quis ir cedo para o Campo Pequeno (
to see the whole show) e como é hábito meteu conversa com toda a gente no seu português arrevezado, aprendido nas ruas de um país africano:
Olha pá, como fazes para ficar os cavalos tão quietos, com esta pressão toda que vai pelo ar? Mal refeito da surpresa da interpelação e do sotaque responde o tratador enquanto penteia as crinas – Atão? Atão eles já sabeim – apanham! Se se portam mali apanham!
Apanham? pergunta-me com aquele ar confundido de quem não domina ainda a língua. Sorrio, penso amanha-te, sorrio e deixo-os acertarem-se no diálogo.Adorou tudo e não se calava:
Já reparaste que a tourada deve ser o único espectáculo em que um homem pode vestir meias cor de rosa, usar ballerinas, ter um traje cheio de brilhantes e um rabo de cavalo com lacinho e ninguém ousa duvidar da sua masculinidade? It is a macho display in an orgy of homo-erotica! Entre uma verónica e uma chicuelina falamos de Hemingway, fomos aos lembras-te e passámos nos e-quandos. Passou-se com os forcados. Quando lhe expliquei que a pega estava a ser difícil porque o touro não prestava, era manso, olha para mim e diz com admiração:
you people, you Portuguese are crazy!Quando o Zé Castelo Branco, sentado ali mesmo ao nosso lado, atirou cheio de meneios de pescoço e cabelo, todo ele a tilintar pulseiras, a sua echarpe de seda com print de leopardo ao cavaleiro másculo mas charmoso que dava a volta à praça, confessa num murmúrio:
This got to be the campiest moment of my life! Brilham-lhe os olhos de alegria, olha para mim e repete:
you Portuguese, you are crazy! É bom ter visitas de fora.






AL
Lusitanos – os únicos que preservam ainda inscritos no seu código genético todos os movimentos guerreiros – nas gestas como nas touradas. Os cavalos, claro, que lusitanos outros do garbo parecem ter-se já esquecido.[caption id="attachment_29337" align="aligncenter" width="636" caption="Coudelaria Oliveira e Sousa"]

[/caption][caption id="attachment_29338" align="aligncenter" width="645" caption="Coudelaria Oliveira e Sousa"]

[/caption][caption id="attachment_29339" align="aligncenter" width="645" caption="Coudelaria Oliveira e Sousa"]

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E tropeçavam todos nalgum vulto,quantos iam, febris, para morrer:era o passado, o seu passado — um vultode esfinge ou de mulher.Caíam como heróis os que não o eram,pesados de infortúnio e solidão.(Arma secreta em cada coração:a tortura de tudo o que perderam.)Inimigos não tinham a não seraquela nostalgia que era deles.Mas lutavam!, sonâmbulos, imbeles,só na esp'rança de ver, de ver e terde novo aquele vulto— imponderável e oculto —de esfinge, ou de mulher.
David Mourão-Ferreira - GuerraAL
Adraga – onde as mãos se abraçam[caption id="attachment_29302" align="aligncenter" width="400" caption="Foto daqui:
https://1.bp.blogspot.com/_dAK43Y9vrMA/SzOJZlvK2lI/AAAAAAAAAJw/9gZY2f6MBLw/s400/DSC03073.JPG (a que eu tirei estragou-se)"]

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Quando o amor morrer dentro de ti,Caminha para o alto onde haja espaço,E com o silêncio outrora pressentidoMolda em duas colunas os teus braços.Relembra a confusão dos pensamentos,E neles ateia o fogo adormecidoQue uma vez, sonho de amor, teu peito feridoEspalhou generoso aos quatro ventos.Aos que passarem dá-lhes o abrigoE o nocturno calor que se debruçaSobre as faces brilhantes de soluços.E se ninguém vier, ergue o sudárioQue mil saudosas lágrimas velaram;Desfralda na tua alma o inventárioDo templo onde a vida ora de bruços,A Deus e aos sonhos que gelaram.
Ruy Cinatti - Quando o amor morrerAL
Não sei quanto tempo mais vou ficar aberto. Mandaram-me tirar as madeiras. Expliquei que nas vitrines só tinha latas e produtos secos e embalados. Querem que ponha prateleiras de plástico. Dizem que é melhor para a saúde. Enquanto a inspecção não voltar vou estando aberto. No dia em que vierem outra vez e me mandarem fechar ... Nesse dia então fecho de vez.[caption id="attachment_29291" align="aligncenter" width="738" caption="Mercearia portuguesa em vias de extincao"]

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Pela flor pelo vento pelo fogo Pela estrela da noite tão límpida e serena Pelo nácar do tempo pelo cipreste agudo Pelo amor sem ironia - por tudo Que atentamente esperamos Reconheci tua presença incerta Tua presença fantástica e liberta
Sophia de Mello Breyner AndresenAL (para DM)