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maschamba



Domingo, 14.11.10

O tempora! O mores!

(por AL sempre igual a si mesma)Um dos meus fortes será talvez a memória que tenho das minhas vidas, mas em detalhes deixo muito a desejar. Quer dizer, nalguns detalhes. Cores, sabores, cheiros, sentimentos, repastos, momentos, pessoas (algumas) ficam facilmente retidos; datas, nomes, rostos tendem a esvanecer-se mais ou menos rapidamente. Lembro-me de histórias de vida sem me lembrar dos nomes de quem as viveu; recordo momentos tendo uma vaga ideia do local; retenho rostos sem nomes e nomes sem rosto. A minha memória parece um mundo de matizes alzheimerianos.Momentos embaraçosos têm sido vários ao longo da minha vida, particularmente com figuras públicas. Aqui há dois anos (não garanto o rigor do tempo) estava eu numa festa em Moçambique, muito animada num círculo de amigos em amena cavaqueira. Intrigava-me um rosto; familiar, muito familiar mesmo, mas cujo conhecimento não conseguia localizar. Acabamos por ficar os dois – eu e o familiar desconhecido – retidos num diálogo interessante. Conversa puxa conversa e eu às tantas não me contive. Falámos de cidades que ambos tínhamos visitado e concluímos que tínhamos estado os dois há relativamente pouco tempo em Nova Iorque. Pensei, é daí que o conheço de certeza. Convencida de que tinha estado com ele nalguma conferência ou seminário, pergunto-lhe frontalmente: Oh Nuno, o Nuno conhece-me não é? Conhece-me de onde? Esteve nalguma das minhas conferências, foi?, pergunto eu segura de ter finalmente localizado a familiaridade do rosto e da voz. Ao que o Nuno responde com um sorriso divertido e perante o riso já indisfarçado dos circundantes: Acho que não Ana, é mesmo a primeira vez que a vejo. Eu é que até há pouco tempo fui Ministro de.... e é portanto compreensível que a minha cara lhe seja familiar.Momentos destes tenho mais, muitos mais. Vem isto a propósito de quê? É que faz hoje um ano (e uma semana!) que me estreei no maschamba. Sabia a minha memória que tinha sido Novembro mas desconseguiu de reter o dia. Foi um ano cheio: trouxe-me um neto e uma neta; uma viagem à Índia; um amor inesquecível (e outros que não quero recordar); bolinei para sul na costa portuguesa; atravessei o estreito de Gibraltar durante uma tempestade; fiz amizades novas e estreei desafios. Foram 101 posts de vida.

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por AL às 03:14


3 comentários

De jpt a 14.11.2010 às 07:20

Fantástico! Sorte nossa a gente ter-ta a amanhar entre-nós. E, mais do que tudo, parabéns. Pelos netos. E também pelas andanças, que navegar é preciso, viver também é preciso.

De VA a 14.11.2010 às 13:39

E ainda bem que aqui te estreaste e aqui permaneces, AL. Ler-te apazigua qualquer alma mais fremente. Beijos

De AL a 14.11.2010 às 14:53

JPT sorte a minha ter-vos a voces; viver navegando seria o ideal :)

VA, obrigada. Agrada-me que te agrade :)

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