De FF a 25.11.2010 às 01:01
Eu sou anarquista e fiz greve. Já fui operário fabril 11 anos e nunca fui sindicalizado, e fiz greves. Sou funcionário público há 8 anos, não sou sindicalizado e fiz greves, hoje e no passado. Não quero saber do BE nem da CGTP, nem de qualquer das outras siglas. Sou um cidadão, com os direitos todos em dia, nomeadamente o direito a indignar-me com a situação. O sistema possibilita-me alguns tipos de manifestações para expressar o que sinto, e eu quando posso, uso-os. Escrevo recadinhos nos boletins de voto, faço greves, participo em manifes quando me identifico, e outras coisas. Não parto montras dos macdonalds, nem incendeio carros dos outros. Aceito que haja pessoas que não concordem, que não se manifestem, e que até discordem. Cada um na sua. Não faço parte da burguesia desgravatada da esquerda, nem da engravatada do centro e da direita. Nem por ideologia, nem por lugar social de nascimento. Agora também gostava de dizer duas coisas: é facílimo e cómodo criticar os sindicatos, mas quem é ou já foi operário sabe bem que, em grande parte se não fossem eles o nosso empresariado ainda nos tratava ao nível das fábricas do tempo de Dickens. E esse presunçoso ataque ao funcionarismo público é tão populista como demagogo. Fácil falar nos "direitos e regalias" dos fp, mas comparem essas regalias e o nível salarial, escalão a escalão, com certos sectores privados. Talvez a balança não penda para onde se julga. E já agora, indigno não são os custos da greve geral, indigno é, por exemplo o passivo da CM de Lisboa aumentar, para 2011 em 200 e tal milhões de euros. Isso sim.