De rui cruz a 15.03.2011 às 00:01
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Houve quem dissesse que a Poesia era a linguagem da Alma, concordo em absoluto mesmo que ignorante na matéria em si própria pois entendo que a mesma obriga a uma educação sensorial específica para a absorver e com ela poder viajar pelos sons misteriosos daquilo que não se vê mas que se sente, se manifesta com uma musicalidade imperceptível para quem não sonha a vida, entendo a poesia como disciplina obrigatória para quem ora e reza suas experiências e suas dúvidas, intemporal mas sempre presente, necessária mesmo ao caminhante para o futuro assim como para o cientista da beleza, para mim, tudo o que não se avolume, eleva!
A imagem introdutória transmite isso mesmo, a beleza tranquila sustentada pela tranquilidade bela das nossas existências, a poesia não discorre nem relata, paira sobre nós como as nuvens pairam sobre a terra, umas vezes adensam-se e a tempestade aparece, outras, dissipam-se e o azul infinito expõe-se, assim a poesia também se move, umas vezes conturbada outras pacificamente! Mas o que nos encanta é a sua essência, aquele jogo da rima, a troca dos sons, a profundeza dos mergulhos, a densidade dos significados e a musicalidade envolvente, tudo em conjunto, situa-nos num verdadeiro anfiteatro de letras personificadas e diálogos cantados, enfim,uma ópera literária, um estado de ser e estar, iluminados pela elegância e dirigidos pelo desconhecido, é o imprevisto antevisto, é o sonho das nossas vontades, não ferem mesmo quando berram verdades e castigam infractores sociais, não tem limites, exalta sempre a liberdade existencial, que mais poderemos querer em vida,senão uma morte não sentida, suavizada pela doçura da eternidade! Sei, são palavras, mas que outras formas de comunicar não as usa? Bela imagem que apresenta este curto e belo poema do Alexandre O'Neil....."E defendo-me da morte povoando de novos sonhos a vida", que final, que mais bela e eficaz estratégia haverá para enfrentar a Morte? Mais contextual não poderia ser! Parabéns!