"Quem conhece o passado e percebe o que ele tem significado não precisa de estar sempre a referênciá-lo."
Errado. Tem o dever de o divulgar, "martelar" se me percebe a expressao, incansavelmente. Porque o que nao falta por ai sao tolos sempre a fazer a apologia imbecil da fuga irreflectida para a frente, do permanentemente maniaco olhar esgazeado para o futuro. Da "astrologisacao" da decisao.
E por falar em poemas lembro-me de duas: uma de um Primeiro Ministro e outra de um Presidente da Républica:
1- As pessoas não são números
2- Há vida para além do déficit
E o resultado está à vista 13 anos depois. São estes slogans de gente com responsabilidade que não passam de incomptetentes que nos puseram nesta situação. Esquerda esta paternalista que nos faliu.
são estes os exemplos dos ultimos 13 anos.
Não assinar o acordo com a Troika? Só pode ser brincadeira sua.....
LL não vou repetir argumentos. Fica o LL na sua que eu fico na minha. Mas deixe-me que lhe diga que sendo eu um homem de manias (e vícios), entre as e os quais o bloguismo não é a menor e muito me preocupa tal, não tenho a mania de o rotular politicamente. Apenas me ocorre que tanta sanha contra o demo SD implica (voluntariamente ou não) esquecer o actual, vivo e histriónico demo S.
Nao concordo. Isso que lhe ocorre e maniqueismo, e tambem ja nao e a primeira vez. Tambem nao repito argumentos. Ja que insiste no erro avaliacao em relacao a mim, peco ao menos que modere o erro: considere que o meu "esquecimento" e involuntario.
Pedro Silveira,
O acordo da "troika" e um nada, um beco sem saida. Contraproducente ate nos seus objectivos declarados. Assim sendo, puro e simples exercicio de auto-flagelacao semi-religiosa. O acordo da "troika", se cumprido (que duvido porque nao ha condicoes politico sociais na Europa inteira, nao so Portugal, para levar isto a termo), significa ainda mais divida e uma bancarrota ainda mais espectacular. Como a Grecia e a Irlanda vao demonstrando copiosamente. Como a crise de 1891 demonstrou claramente, como a crise Argentina de 2001 remostrou. Isto nao e ideologia nenhuma, e matematica decorrente dos juros a pagar e da recessao induzida pela austeridade. Nao ver isto e que e poesia - pos-moderna.
PS. E faca la o favor de fazer por entender que o que escrevo nao e uma desculpabilizacao das tragicas decisoes destes governos. Antes pelo contrario. Geralmente a medida que a quantidade de escolhas encolhe, a resposta certa (ou menos errada) torna-se cada vez mais clara. Ora e de impressionante constantar que a medida que temos caminhado para o abismo, a estupidez reinante tenha sistematicamente optado pela obvia via do abismo. Ja o facto de o contexto condicionar as escolhas dos actores, mesmo que eles se apercebam cada vez melhor do erro so realca a falta de verticalidade, a falta de coragem, a falta tomates enfim, de quem se deixa condicionar.
Interpreta abusivamente o que escrevi sendo verdade que alguma da culpa e minha porque misturei temas aqui na discussao tambem nao e ja a primeira vez que o JPT me tenta rotular politicamente. Nao percebo a mania. Para que fique claro. Penso que os desastres governativos de ha 20 a 25 anos a esta parte sao em grande medida resultado de um contexto politico "malevolo", para usar a sua expressao, europeu. Sera que poderiam ter sido feitas escolhas politicas diferentes? Com toda certeza, e o Socrates e pessoalmente responsavel por uma das mais tragicas de todas: nao se rebelou contra esta onda de moralismo financeiro austeritario que varre a Europa desde o pico da crise financeira de 2008. Imperdoavel. Imperdoavel, repito. Mas repito tambem, a teoria do livre-arbitrio e larga medida uma fabula, essas escolhas foram e sao fortemente condicionadas pelo contexto e as alternativas poucas e pouco risonhas, uma vez mais devido ao contexto. Cada vez mais alias. "Menus economicos" num restaurante ja de si com fraca escolha.
Pedro Silveira:
"Ler o acordo e ficar a falar do passado para mim é estarrecedor."
Para mim estarrecedor e pensar que aquilo em que vivemos agora e de alguma forma uma especie de "territorio virgem" e que nao ha licoes a tirar do passado. Quem tivesse estudado o passado jamais teria assinado o acordo com a "troika" ou aceitado a politica de austeridade Europeia antes disso. Estude a crise de 1891. Os paralelismos sao impressionantes e ate alguns descendentes directos dos actores desse drama estao presentes hoje. Estude tambem a crise Argentina de 2001 ja agora.
"Quanto a 1891, tenho muitas duvidas que nessa altura o estado tivesse as responsabilidades que hoje tem e os compromissos que hoje tem. E nem percebo bem como históricamente se comparam épocas tão diferentes."
So e possivel afirmar isto sem conhecimento da historia. Alias, a propria crise de 1891 nao e, ela propria, original. Aconselhava a estudar a historia das bolhas especulativas financeiras no mundo, houve ha uns meses atras um documentario magnifico na BBC sobre isso.
"E de mudanca precisamos."
Precisamente. E sem estudar historia, esta condenado a repeti-la.
Não concordo com a sua análise porque, repito, o acordo assinado com a Troika é algo nunca visto em Portugal.
Quanto ao facto de referir que o acordo não deveria ter sido assinado não percebo o que quer dizer ou se tem sequer consciência do que escreve.
Quando não temos dinheiro e sabemos quem nos colocou nesta situação só nos restam duas coisas a fazer: meter a ideologia na algibeira, pedir dinheiro emprestado e colocar na rua o incompetente que nos colocou neste estado.
Noto também com interesse que na sua análise histórica sobre o passado não tenha mencionado um sócrates que tenhamos tido igual a este. Se encontrar ajude-nos e diga-nos o que lhe fizeram.
Argumentar que não se devia assinar o acordo é desconversar.
Quanto aos meus conhecimentos de História, agradeço a sua preocupação.
Mas argumentar a não assinatura do acordo mata tudo o que escreve. Torna-o descrente.
La mais abaixo muito me invectivam pela meu uso do "intelectual de Massama" para classificar o PPC. Deixo aqui um pouco fora do contexto deste post, mas talvez nem tanto assim:
["Sou o mais africano de todos os candidatos." As palavras de Passos Coelho, no domingo, durante um encontro com imigrantes na Amadora, não caíram bem junto da comunidade africana em Portugal.]
["Obama de Massamá" Passos Coelho é conhecido dentro do PSD por Obama de Massamá, por ter escolhido os subúrbios da capital para morar e por ter casado com Laura Ferreira, nascida na Guiné-Bissau, segundo dá conta a sua biografia autorizada "Passos Coelho. Um homem invulgar", da jornalista Felícia Cabrita.]
Como ja o disse anteriormente, bem vistas as coisas e um eufemismo. A verdadeira expressao para classificar este cromo ou nao foi ainda inventada ou existindo ja, e impronunciavel.