Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

maschamba


Sexta-feira, 25.05.12

Frouxo

 [caption id="attachment_34530" align="aligncenter" width="267" caption="Quadro intitulado "The Spear" por Brett Murray"][/caption]Não sei quem é Brett Murray e até há meia dúzia de dias nunca tinha ouvido falar dele. Tal como provavelmente 99% dos sul-africanos nunca teriam ouvido falar dele, não tivesse ele feito o que fez. Pintor sul-africano medíocre e didáctico, como já li algures e que aparentemente não tem deixado grande marca nas Artes, catapultou-se como celebridade internacional no dia em que resolveu pintar um quadro (colagem?) com a famosa pose de Lenine, a cabeça de Zuma e um pénis flácido vá-se-lá-saber-de-quem.Jacob Zuma, o presidente sul-africano que passou incólume num processo de corrupção; que inocentou num julgamento de violação de uma seropositiva (filha de camarada morto e sob a protecção dele, Zuma) só porque a intimidação e a coerção social, moral e hierárquica não eram ainda equiparadas à violência física em casos de violação; que, depois de ter sido durante anos presidente da comissão de combate de luta contra a SIDA, afirmou publicamente não ter medo de ficar seropositivo, pois teria tomado um duche depois de violar a protegida; que não se envergonhou nem humilhou com a chacota internacional de que foi alvo na altura; que não se envergonhou nem humilhou isto ...[caption id="attachment_34533" align="aligncenter" width="580" caption="Cartoon de Zapiro"][/caption]... nem com isto ...[caption id="attachment_34534" align="aligncenter" width="580" caption="Cartoon de Zapiro"][/caption]... que não se envergonha nem se humilha com a sua incapacidade para abordar os imensos problemas sociais e de saúde do país que preside, sentiu-se finalmente humilhado com um pénis flácido pintado por um pintor (quase) desconhecido. Aleluia! Isto sim que é saber estabelecer prioridades.Eu, se fosse Brett Murray, estaria agora a dar pulos de contente com tanta publicidade grátis, por tão rapidamente e com tão pouco esforço ver a minha obra projectada internacionalmente e debatida nos principais meios de comunicação. Se fosse do ANC estaria a esfregar as mãos de contente – enquanto se agita a opinião pública não se pensa no que não se resolve. Se fosse Zuma estaria feliz com a solidariedade bacoca que em minha volta se gerou (ah grande Chefe!) e pela onda de apoio a um maior controle da liberdade de expressão (que belo oximoro!). Sendo eu mais bolos, tenho-me divertido à brava com os hilariantes cartoons da Madam & Eve sobre o assunto.Perante tanta indignação presidencial subsiste-me no entanto uma dúvida: mas afinal “aquilo” é mesmo o dele?ALPS: Já agora, podem ler coisas inteligentes sobre o caso aqui e aqui.

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 19:42

Sábado, 10.12.11

Este é o prémio do meu descontentamento

 
Sala do Nobel da Paz
Escrevo. Apago. Hesito. Re-escrevo. Dividida e entristecida que estou neste dia que devia ser de alegria. Alegria por ver mulheres reconhecidas, celebradas e agraciadas com o que é para mim o prémio dos prémios. Desconsigo alegrar-me e festejar. Como celebrar um prémio Nobel da Paz atribuído a Ellen Johnson Sirleaf quando ela se associou politicamente a Prince Johnson? Como celebrar um prémio Nobel da Paz atribuído a Leymah Gbowee, compatriota de Ellen e activista dos direitos humanos no seu país, quando ela, sendo quem é, aceita este prémio sem denunciar tal associação? Como celebrar um prémio Nobel da Paz atribuído a Tawakkol Karman, activista iemenita de quem nada sei mas que assim associa o seu nome a figuras duvidosas no mínimo, criminosas no pior dos casos. Que dizer do enorme silêncio mediático sobre a associação de Sirleaf a Prince Johnson, não vá qualquer denúncia estragar a festa?Para mim, calar-me e celebrar este prémio seria negar os sacrifícios da Saquina, da Jacinta, da Eunice, da Flora, da Lídia, da Paciência, da Justina, da Vitória e de outras, tantas, tantas, tantas outras mulheres que na luta pela Paz marcaram corpo e alma. Sem prémios. Por elas e para elas este prémio devia hoje ter sido de alegria. E será certamente. Porque é importante reconhecer o esforço e contributo destas mulheres.Devo ser eu o problema. Serei eu certamente o problema. Desconheço os sacrifícios que se fazem em nome da Paz. Diletante que sou...AL

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 17:24

Terça-feira, 08.11.11

Não há pachorra!

 Lembram-se do vídeo que os “portugueses” fizeram para os finlandeses? Pois agora os gregos fizeram o mesmo. Mas em pobrezinho. Em versão epistolar, que circula pela net apresentada como “o outro lado da moeda”, atirada para os murais do Facebook como se desforra se tratasse do que aí está para vir. Aposto que também vai virar viral, vorra!Nem vou entrar em pormenores de inexactidões ou do eu-disse-ele-disse (neste caso seria mais alemão-disse-grego-disse). Informo já que não li a carta toda. O discurso e sobretudo o tom do discurso dá-me azia. Comecei a azedar com o choradinho do ordenado que é tão poucochinho e vocês alemães ganham tão mais que nós gregos e parei quando cheguei aqui (segundo parágrafo, acho eu):
Desde 1981, tens razão, estamos na mesma família. Só que nós [gregos] vos concedemos, em exclusividade, um montão de privilégios, como serem os principais fornecedores do povo grego de tecnologia, armas, infraestruturas (duas autoestradas e dois aeroportos internacionais), telecomunicações, produtos de consumo, automóveis, etc.. Se me esqueço de alguma coisa, desculpa. Chamo-te a atenção para o facto de sermos, dentro da U.E., os maiores importadores de produtos de consumo que são fabricados nas fábricas alemãs.
Sintaxes chave: vos concedemos privilégios / principais fornecedores do povo grego / maiores importadores de produtos de consumo.E agora pasmem! A culpa da crise é das más políticas gregas? Ou dos políticos ineptos e corruptos que se venderam? Ao forró com a duração dos fundos europeus? Não senhora! A culpa é sobretudo das empresas alemãs que aceitaram os privilégios (um descaramento!) e ainda pagaram “comissões” (a políticos até aí impolutos depreende-se) e deram “prémios” de submarinos obsoletos (duh! A sério? Mas onde é que eu já ouvi isto?). Que maus!Como seria de esperar a carta acaba com o grego a lembrar-se das relíquias do passado exibidas nos museus dos ricos-maus e, claro!, de mão estendida em revolta ao lado da sepultura. Não há dúvida que inventaram o drama:
Queremos de volta à Grécia as imortais obras dos nosos antepassados, que estão guardadas nos museus de Berlim, de Munique, de Paris, de Roma e de Londres.E EXIJO QUE SEJA AGORA!! Já que posso morrer de fome, quero morrer ao lado das obras dos meus antepassados.
Há alturas em que só me apetece dizer: maldito passado glorioso! Não se pode trocar por um futuro promissor?ALPS: desabafo escrito ao correr da pena e sem links por isso mesmo 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 19:30

Domingo, 25.09.11

Agridoce humor dominical

 Com este pequeno vídeo sobre perdão, maldosa indiferença, castigo e recompensa. Porque ninguém merece passar a vida num Inferno. Seja lá qual for a razão.(Pertinente também perante as três sentenças de morte executadas nos Estados Unidos a semana que passou) 
[Error: Irreparable invalid markup ('<a [...] 400">') in entry. Owner must fix manually. Raw contents below.]

 Com este pequeno <a href="http://vimeo.com/24463778" rel="noopener">vídeo</a> sobre perdão, maldosa indiferença, castigo e recompensa. Porque ninguém merece passar a vida num Inferno. Seja lá qual for a razão.(Pertinente também perante as <a href="http://today.msnbc.msn.com/id/43092619/ns/today-today_news/t/alabama-carries-out-third-us-execution-week/#.Tn8QRk_D5cw" rel="noopener">três sentenças de morte</a> executadas nos Estados Unidos a semana que passou) <a href="&lt;object width=" 400"="400&quot;" height="225" rel="noopener"><param name="allowfullscreen" value="true" /><param name="allowscriptaccess" value="always" /><param name="movie" value="http://vimeo.com/moogaloop.swf?clip_id=24463778&amp;server=vimeo.com&amp;show_title=0&amp;show_byline=0&amp;show_portrait=0&amp;color=00adef&amp;fullscreen=1&amp;autoplay=0&amp;loop=0" /><embed src="http://vimeo.com/moogaloop.swf?clip_id=24463778&amp;server=vimeo.com&amp;show_title=0&amp;show_byline=0&amp;show_portrait=0&amp;color=00adef&amp;fullscreen=1&amp;autoplay=0&amp;loop=0" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always" width="400" height="225"></embed>"></a> AL

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 13:37

Sábado, 24.09.11

Uma Nação meia feita ...

 E uma vergonha completa! Robert Fisk a ler aqui, aqui e aqui. Uma perspectiva Israelita aquiAL

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 05:27

Quinta-feira, 28.07.11

Convicções bárbaras ou humanidade:1 - AL: 0

 
[Error: Irreparable invalid markup ('<a [...] 640">') in entry. Owner must fix manually. Raw contents below.]

 <a href="&lt;object width=" 640"="640&quot;" height="390" rel="noopener"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Uj3SMiDvjdg?version=3&amp;hl=en_GB&amp;rel=0"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/Uj3SMiDvjdg?version=3&amp;hl=en_GB&amp;rel=0" type="application/x-shockwave-flash" width="640" height="390" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true"></embed>"></a> Tenho-me por tolerante e liberal. Com tiques e relapsos é verdade, mas com a lucidez suficiente para os reconhecer e racionalizar. Gosto que me desafiem pressupostos e estou geralmente aberta a outros pensares e sentires. Dou a mão à palmatória e gosto de me rir de mim mesma. E no entanto é grande o confrangimento com que enfrento os desafios colocados pelos meus valores e convicções. Não <strong><span style="text-decoration: underline;">a</span></strong> eles, mas <strong><span style="text-decoration: underline;">por</span></strong> eles.Valorizo os direitos humanos e uma justiça igualitária e imparcial; acredito nas democracias multipartidárias com todos os seus defeitos; agrada-me a livre iniciativa e a concorrência leal. Tenho imenso respeito por instituições militares e de defesa civil, ainda que considere essencial a sua supervisão e responsabilização. Sou a favor do controle de armamento e pela proibição de porte individual de armas de fogo. Penso que o sistema prisional requer urgente reforma, que deve apostar mais na reabilitação. Defendo os direitos do presos. Acredito ainda que justiça é justiça e não vingança. E depois acontece-me <a href="http://www.globalmontreal.com/story.html?id=5154799" rel="noopener">isto</a>.<a href="http://www.foreignpolicy.com/articles/2011/07/25/the_super_lux_super_max?page=full" rel="noopener">Isto</a>, para os leitores que não gostam de ler inglês, é um artigo sobre a prisão que provavelmente irá albergar o terrorista norueguês Anders Behring Breivik. Uma prisão determinada a reabilitar assassinos, pedófilos, violadores e outros criminosos de sangue. <a href="http://www.time.com/time/printout/0,8816,2000920,00.html" rel="noopener">Isto</a>, é a prisão que corresponde àquilo que considero importante – tratamento humano e digno dos presos e com uma forte componente de reabilitação. <a href="http://www.time.com/time/photogallery/0,29307,1989083_2137368,00.html" rel="noopener">Isto</a> questiona agora esta minha convicção.Dizia-me um amigo distante: <em>Pois... não devo ser tão liberal quanto achava. Traduz-se isto, então, no rapaz passar em média 4 meses por cada pessoa que matou em condições relativamente idílicas (com o atractivo de não ter que lidar com a sociedade que tanto diz odiar). Confesso-me bárbaro, tal ideia repugna-me!</em>E eu bárbara sou também, porque também a mim me repugnou; porque, contrariando os meus valores, queria ver  mais castigo e menos reabilitação. E também porque embora tenha conseguido vencer a repulsa do meu primeiro instinto não deixo de sentir na boca um certo travo de amargura.AL

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 00:49

Domingo, 24.07.11

Questões (im)pertinentes

[Error: Irreparable invalid markup ('<a [...] 480">') in entry. Owner must fix manually. Raw contents below.]

<a type="application/x-shockwave-flash" name="allowscriptaccess" href="&lt;object width=" rel="noopener"></a><a href="&lt;object width=" 480"="480&quot;" height="390" rel="noopener"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/IV8D7Wq9GhA?version=3&amp;hl=en_GB&amp;rel=0"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/IV8D7Wq9GhA?version=3&amp;hl=en_GB&amp;rel=0" type="application/x-shockwave-flash" width="480" height="390" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true"></embed>"></a>A <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Gun_politics_in_Norway" rel="noopener">lei norueguesa</a> de posse e uso de armas não é permissiva. Na realidade é mesmo considerada como uma das leis mais duras na Europa. E no entanto Anders Breivik, o terrorista, não parece ter tido qualquer dificuldade em obter armas e munições em quantidade, incluindo <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bala_dundum" rel="noopener">balas dundum</a>, e em transportá-las para onde quis. Dadas as restrições da lei norueguesa sobre aquisição, manutenção, guarda e transporte de armas e munições, como foi isto possível? Onde foi que o sistema falhou de forma a permitir este acumular de arsenal? Como foi possível transportá-lo?Claro que os lobbies pró-armamento ganharam o dia com esta desgraça que apresentam como prova provada das faihas inerentes ao controle de armamento que, dizem eles, não resulta. Mas a solução Archie Bunker também não me parece solução. Eu penso que devemos incluir mais restrições ou, idealmente, proibir simplesmente a posse individual. Dizem eles que as armas não matam; o que mata são as mãos que as seguram. Mas já agora ponderemos, teria o terrorista conseguido matar tanta gente com armas brancas? Não será esta tragédia a melhor/pior demonstração do poder destrutivo de uma arma de fogo – 86 pessoas abatidas em hora e meia de tiroteio, por um atirador único?E finalmente, não deveríamos nós também em Portugal re-avaliar agora a nossa legislação sobre o assunto? Ou estaremos à espera que ocorra tragédia semelhante? Que Deus (ou melhor ainda a Lei) nos livre!AL

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 21:51

Sábado, 16.07.11

O que não faz falta

[caption id="attachment_29036" align="aligncenter" width="517" caption="Foto daqui: http://www.torricado.com/images/lang/02interioresexteriores/entrada_exteriores.jpg"][/caption]Eu até gostava de ir lá ao fim da tarde. Eu com uma coca cola bem fria e a companhia geralmente com uma cerveja (vil beberragem). Estava-se bem por lá, a praça ampla e arejada, distante qb da avenida e do tráfego. As esplanadas variadas, protegidas de vento e sol. Já as conhecíamos e íamos variando de acordo com o petisco que nos apetecia – os croquetes desta, as gambas daquela... Não teria grandes vistas, mas fica no meu bairro e era agradável para uma cavaqueira amena de planos para o jantar e noite que se segue. Até que o nosso vereador que faz falta, lembram-se dele?, teve a ideia peregrina de mandar retirar os toldos e guarda-ventos das esplanadas. O que era um local aprazível, tornou-se inóspito, desabrigado e desagradável; as esplanadas esvaziaram-se; desertificou-se a praça. Parabéns senhor vereador! Conseguiu finalmente passar de pateta inócuo a pateta pernicioso; conseguiu dar cabo da vida que animava o Campo Pequeno.AL

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 18:30

Domingo, 08.05.11

O que os portugueses deveriam saber sobre os finlandeses ou sobre os riscos do populismo

Num post publicado por mim no maschamba há dois dias surgiu uma leitora finlandesa a comentar. Dando-nos uma perspectiva “de dentro” da Finlândia, passo a palavra a Inkeri Auraama:
Nao vi o tal video mas queria comentar para esclarecer a visao des finlandeses sobre Portugal embora noto que alguns assuntos repetem o que déjà foi dito.Sou finlandesa expatriada, conheco Portugal um pouco como passei la alguns meses e falo portugues. Perdoe-me mas em frente de ilustres leitores prefero expressa-me em ingles.First, it would be better not to confuse the views of ONE PARTY in Finland (Perussuomalaiset PS, which has been translated as True Finns though I would translate their name as nationalist Finns or fundamental Finns) with those of the FINNISH POPULATION in general or the Finnish government. This populist party gained more power and popularity only very recently, in the parliamentary elections in April 2011, they are not the biggest party but there are others with similar support ratings. They (PS) could be seen as a protest vote to many inaction or dissatisfactory action of the previous government; be viewed as having conservative values (EU sceptic, against immigration). Actually, many of their members are less educated and some xenophobics are bordering pure racism.As much as their popularity rose, there is also a strong opposition and dislike towards them, including like me.Second, as much as there are Finnish people against the bailout to Portugal there are also people supporting it, me including.Third, for us Finns, it is not a question of merely Portugal (after Greece and Ireland). Portugal here epitomizes potentially Italy and Spain, ie all Mediterranean countries which are feared to be the next, bailing out as a continuum. Thus, they (PS) are worried that it will be a never-ending process.However, there are issues which should be understood.Finland has a small economy, a very limited job market and it is very vulnerable for global trends. It is not many years ago, the financial situation there was dire. Finland is a relatively recent member in the EU. By nature, we like to abide laws. In the EU, we have been diligent and applied and adopted all EU rules and regulations (often to our own loss) while we have seen others acting completely unscrupulously without any control. In particular, the Mediterranean countries have been seen as careless money spenders, with a tendency to show-off and luxury.As Greece, Portugal also has a glorious past indeed, that nobody can deny but where is its glorious present? Functional illiteracy is high, state school system sucks, judicial system is completely unreliable (who wishes to open a court case to get some justice?) and ordinary people have difficulties in surviving with their ordinary salaries.However the Forbes list of the world’s richest people illustrates many Portuguese individuals. How did they end there while others are languishing in poverty? As written above, where are Portuguese innovations? Where is Portuguese information society? How has Portugal taken advantage of its glorious past?In contrast, Finland is not a significant country in the world, we did not have any colonies to extract resources, on the contrary we were colonized for centuries by our neighbours who denied us government jobs, the use of our own language, who stole parts of our country etc. Our climate is harsh (note AL, it is tough:)) which makes it difficult to produce food. We live modestly and rose from absolute poverty only due to our hard work and widespread and high quality public education (a propos, which is by law free up to the university level to anybody even today). In the past, we have been snubbed by various leaders of these EU countries who curiously are now in need of financial backup.So all the odds were against us. And it is these contrasts which induce the supporters of PS to act against the bailout to Portugal. I see their reasoning, share some views with them but I drew a completely different conclusion regarding the bailout.In my opinion, it is time to open the can of worms and the Portuguese to admit that Portugal does not have the leadership it requires. Portugal needs new political leaders and new type of leaders, more integrity and sincere interest for the development of the entire country to bring back its glory.In conclusion, I don’t see this as a match between Finland and Portugal, for us Finns it is a question of principle, how the decisions and rules in the EU are abode or non abode (which lead to the bailout Greece, Ireland and in the future Portugal, possibly Spain and Italy). But for Portugal, I think there is an urgent need for fresh air in Portuguese politics. You deserve it.
AL

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 22:03

Sábado, 07.05.11

Nacionalismos bacocos ou anda tudo parvo?

Tem o meu mural do FB sido inundado com um vídeo difundido com loas e manifestações de orgulho nacionalista. Céptica destas coisas e geralmente receosa do que vou ver tenho resistido a abri-lo. Fi-lo, para minha desgraça, hoje de manhã. Falado em inglês, chama-se em português: O que os Finlandeses deveriam saber sobre Portugal.Repleto de inexactidões históricas e manipulações grosseiras (foi a manifestação em Portugal que expulsou a Indonésia de Timor Leste? A sério?), vamos assumir, por uma questão de argumento, que é verdade tudo o que lá está. O que diz o vídeo de nós como nação?A nossa língua é falada nos continentes todos, mais falada que esta e aquela, blá blá blá, mas para nos anunciarmos ao mundo temos que fazer estes vídeos em inglês. Isto é, a nossa língua é a máior da nossa aldeia mas não passa de periférica; não entra nos corredores do poder. E segue por aí fora com Deus e Futebol (esqueceram-se do fado!) e os gloriosos legados portugueses espalhados por esse mundo fora. Isto é, continuamos virados para um passado fantasiado, ignorando o presente e de costas viradas ao futuro.Somos um país muito criativo, cheio de gente com imensas ideias e inventores, só que não registamos as patentes e os outros abusam, roubam-nos as patentes e usam-nas para lucro indevido. Desconseguimos capitalizar ideias. Por outras palavras, somos uns idiotas. Conheço uma pessoa assim: tem montes de ideias (algumas boas) mas só as consegue transformar em websites que ninguém consulta, em T-shirts que ninguém compra e em dívidas que não paga. Apelida-se de empresário mas não trabalha, a culpa do seu fracasso é sempre dos outros e vive de chulice. Parece-me a mim um espelho bem melhor do país, mas isto sou eu que tenho mau feitio. Remata o dito vídeo com o auxílio dado aos finlandeses aqui há umas décadas.Se eu fosse finlandesa perguntar-me-ia como é que um país tão glorioso chegou a este ponto? E depois, perguntar-me-ia: porquê os finlandeses? Provavelmente, e porque sendo finlandesa seria certamente ignorante e muito menos esclarecida que os iluminados portugueses de brilhos passados, pensaria ainda que em Portugal não existiria um regime democrático, que os portugueses se veriam assim privados de escolher quem os governe. O que justificaria o desgoverno presente. Talvez...Talvez mais tarde, provavelmente bastante mais tarde, me ocorresse que seria porque o senhor do Banco Central Europeu é finlandês, o que me iria confundir ainda mais. Porque sendo finlandesa, desconhecedora por certo do nepotismo baixinho e da corrupção comezinha da enfermeira-que-é-vizinha-de-um-amigo-meu-e-me-vai-arranjar-uma-consulta-já-para-amanhã, falando uma língua quase impronunciável e falada somente por um punhado de gente, oriunda de um país sem passado glorioso e sem legado histórico global, que pediu ajuda quando precisou e andou para a frente para não tornar a precisar, desconheceria por certo o choradinho; o síndrome do chefinho é que manda e do “ó chefe veja lá que até somos uns gajos porreiros e até vos ajudámos aqui há umas décadas, portanto veja lá agora o que nos faz!”; o apelo à caridadezinha; a mão estendida para uns trocos.Nem sei o que dizer a não ser que estou coberta de vergonha; tenho pena de não ser finlandesa.AL

Autoria e outros dados (tags, etc)

por AL às 14:04


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Pesquisar no Blog  

calendário

Novembro 2015

D S T Q Q S S
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
2930